Contos de Reflexão
O filho pródigo
A parábola do filho pródigo conta sobre um homem que tinha dois filhos.
Um dia o filho mais novo pediu sua parte da herança e foi embora para “curtir a vida”.
O jovem gastou tudo em seus prazeres e acabou na pobreza.
Depois houve uma fome no lugar onde ele estava e o único emprego que ele conseguiu para sobreviver foi a cuidar de porcos, que eram animais considerados impuros pelos judeus.
O jovem ficou com tanta fome que até ficou com vontade de comer a comida dos porcos!
Então ele se lembrou da casa de seu pai, onde até os servos comiam bem.
Ele se arrependeu e decidiu voltar para casa, pedir perdão a seu pai e pedir um emprego como um servo.
Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados
Quando o pai viu seu filho chegando de longe, ele correu ao seu encontro e o recebeu com alegria.
O filho pediu perdão e tentou pedir um emprego mas o pai o interrompeu, chamando os servos para trazer roupa nova para o filho e preparar uma festa.
O pai não estava zangado nem desiludido; ele estava feliz porque seu filho tinha voltado em segurança
Quando o filho mais velho chegou do trabalho, a festa já tinha começado.
Ele ouviu que seu irmão mais novo tinha voltado e, em vez de se alegrar, ele ficou zangado!
Seu pai veio falar com ele e o filho explicou que ele sempre trabalhou e fez tudo para agradar seu pai sem receber nada em troca.
Agora ele se sentia injustiçado porque seu pai tinha feito uma festa por seu irmão irresponsável, somente porque tinha voltado para casa.
Nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos.
Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele
O pai explicou que tudo que ele tinha pertencia ao filho mais velho.
Mas a celebração era importante porque antes era como se o filho mais novo estivesse morto e agora tinha voltado à vida!
O pai não estava celebrando os erros do filho mas sim sua mudança de vida
Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, ele estava morto e à vida, estava perdido e foi achado
Deus Pai fica muito feliz em perdoar quem se arrepende.
Como Deus assim devemos ser também, acolher com amor e carinho, sem guardar rancor.
“O fim da vaquinha”
“Julgamento apressado”
Uma garota segurava em suas mãos duas maçãs. Sua mãe entrou e lhe pediu com uma voz doce e um belo sorriso:
– Querida, você poderia dar uma de suas maçãs para mamãe?
A menina levanta os olhos para sua mãe durante alguns segundos e morde subitamente uma das maçãs e logo em seguida morde a outra também.
A mãe, dececionada, sente seu rosto se esfriar e perde o sorriso. Ela tenta não mostrar sua deceção quando sua filha lhe dá uma de suas maçãs mordidas.
Nesse momento a pequena menina olha sua mãe com um sorriso de anjo e diz:
– A mais doce é essa que te dei mamãe!
Dê aos outros o privilégio de poder se explicar.
Mesmo que a ação pareça errada, o motivo pode ser bom.
“A Moeda do Destino”
Um grande guerreiro japonês chamado Nobunaga decidiu atacar o inimigo, embora ele tivesse apenas um décimo do número de homens que seu oponente. Ele sabia que poderia ganhar mesmo assim, mas seus soldados tinham dúvidas.
No caminho para a batalha ele parou em um templo Shinto e disse aos seus homens:
“Após eu visitar o relicário eu jogarei uma moeda. Se a Cara sair, iremos vencer; se sair a Coroa, iremos com certeza perder. O Destino nos tem em suas mãos.”
Nobunaga entrou no templo e ofereceu uma prece silenciosa. Então saiu e jogou a moeda. A Cara apareceu. Seus soldados ficaram tão entusiasmados a lutar que eles ganharam a batalha facilmente.
Após a batalha, seu segundo em comando disse-lhe orgulhoso:
“Ninguém pode mudar a mão do Destino!“
“Realmente não…” disse Nobunaga mostrando-lhe reservadamente sua moeda, que tinha sido duplicada, possuindo a Cara impressa nos dois lados.
"Você ainda poderá ser aquilo que sempre quis, para isto uma mudança de atitudes também poderá mudar um destino que se fazia diferente"
Certo e Errado
“O pior defeito é julgar-se isento de defeitos.”
Vivia um monge nas proximidades do templo de Shiva. Na casa em frente, morava uma prostituta. Observando a quantidade de homens que a visitavam, o monge resolveu chamá-la.
– Você é uma grande pecadora – repreendeu-a. – Desrespeita a Deus todos os dias e todas as noites. Será que você não consegue parar e refletir sobre a sua vida depois da morte?
A pobre mulher ficou muito abalada com as palavras do monge; com sincero arrependimento orou a Deus, pedindo perdão. Pediu também que o Todo-Poderoso a fizesse encontrar uma nova maneira de ganhar seu sustento.
Mas não encontrou nenhum trabalho diferente daquele. E, depois de uma semana passando fome, voltou a prostituir-se.
Mas, cada vez que entregava o seu corpo a um estranho, rezava ao Senhor e pedia perdão.
O monge, irritado porque seu conselho não produzira nenhum efeito, pensou consigo mesmo: “A partir de agora vou contar quantos homens entram naquela casa – até o dia da morte desta pecadora”.
E desde esse dia, ele não fazia outra coisa a não ser vigiar a rotina da prostituta: a cada homem que entrava, colocava uma pedra num monte.
Passado algum tempo, o monge tornou a chamar a prostituta e lhe disse:
– Vê este monte? Cada uma dessas pedras representa um dos pecados mortais que você cometeu, mesmo depois de minhas advertências. Agora torno a dizer: cuidado com as más ações!
A mulher começou a tremer, percebendo como se avolumavam seus pecados. Voltando para casa, derramou lágrimas de sincero arrependimento, orando:
– Ó Senhor, quando Vossa misericórdia irá me livrar desta miserável vida que levo?
Sua prece foi ouvida. Naquele mesmo dia, o anjo da morte passou por sua casa e a levou. Por vontade de Deus, o anjo atravessou a rua e também carregou o monge consigo.
A alma da prostituta subiu imediatamente aos Céus, enquanto os demônios levaram o monge ao inferno. Ao se cruzarem no meio do caminho, o monge viu o que estava acontecendo e clamou:
– Oh, Senhor, essa é a Tua justiça? Eu que passei a minha vida em devoção e pobreza, agora sou levado ao inferno, enquanto essa prostituta, que viveu em constante pecado, está subindo ao Céu!
Ouvindo isso, um dos anjos respondeu:
– São sempre justos os desígnios de Deus. Você achava que o amor de Deus se resumia a julgar o comportamento do próximo. Enquanto você enchia seu coração com a impureza do pecado alheio, esta mulher orava fervorosamente dia e noite. A alma dela ficou tão leve depois de chorar, que podemos levá-la até o Paraíso. A sua alma ficou tão carregada de pedras, que não conseguimos fazê-la subir até o alto.
"Um problema é um problema"
O Grande Mestre e o Guardião dividiam a administração de um mosteiro zen. Certo dia, o Guardião morreu e foi preciso substituí-lo. O Grande Mestre reuniu todos os discípulos para escolher quem teria a honra de trabalhar diretamente ao seu lado.
“Vou apresentar um problema”, disse o Grande Mestre. “E aquele que o resolver primeiro, será o novo Guardião do templo”.
Terminado o seu curtíssimo discurso, colocou um banquinho no centro da sala. Em cima estava um vaso de porcelana caríssimo, com uma rosa vermelha a enfeitá-lo. “Eis o problema”, disse o Grande Mestre.
Os discípulos contemplavam, perplexos, o que viam: os desenhos sofisticados e raros da porcelana, a frescura e a elegância da flor. O que representava aquilo? O que fazer? Qual seria o enigma?
Depois de alguns minutos, um dos discípulos levantou-se, olhou o mestre e os alunos a sua volta. Depois, caminhou resolutamente até o vaso, e atirou-o no chão, destruindo-o.
“Você é o novo Guardião”, disse o Grande Mestre para o aluno. Assim que ele voltou ao seu lugar, explicou: “Eu fui bem claro: disse que vocês estavam diante de um problema. Não importa quão belo e fascinante seja, um problema tem que ser eliminado”.
“Um problema é sempre um problema.
Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam um espaço inútil em seus corações e mentes.
Espaço esse indispensável para recriar a vida.
O problema que não existe
Um praticante Zen foi a Bankei e fez-lhe esta pergunta, aflito:
“Mestre, Eu tenho um temperamento irascível. Sou às vezes muito agitado e agressivo e acabo criando discussões e ofendendo outras pessoas. Como posso curar isso?“
“Tu possuis algo muito estranho,” replicou Bankei. “Deixe ver como é esse comportamento.“
“Bem… eu não posso mostrá-lo exatamente agora, mestre,” disse o outro, um pouco confuso.
“E quando tu a mostrarás para mim?” perguntou Bankei.
“Não sei… é que isso sempre surge de forma inesperada,” replicou o estudante.
“Então,” concluiu Bankei,
“essa coisa não faz parte de tua natureza verdadeira. Se assim fosse, tu poderias mostrá-la sempre que desejasse. Quando tu nasceste não a tinhas, e teus pais não a passaram para ti. Portanto, saibas que ele não existe.“